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São Paulo, Brasil
Estratégias a serem adotadas pelo varejo no cenário pós-pandêmico
5 min de leitura
É de conhecimento que a pandemia do COVID-19 mudou o mercado, e muitas adversidades surgiram nos negócios. Muitos desses novos obstáculos a serem superados estão relacionados com a cadeia de abastecimento, por exemplo, _lockdowns_ ao redor do mundo apresentam potencial para romper a cadeia de suprimentos das empresas. Por outro lado, as companhias foram capazes de enxergar falhas nos processos de abastecimento, que já existiam e agora estão expostos para a equipe.
Quando se pensa na indústria varejista, a pandemia lançou o setor para o futuro, baseado no crescimento do e-commerce. As vendas online no ano de 2020 nos Estados Unidos, quando comparadas com as de 2019, apresentaram um crescimento maior que 40%, algo que era esperado somente para meados de 2023. Essa alta no e-commerce, apresentou novos desafios que as organizações, principalmente de menor porte, ainda batalham para superar. Soma-se a isso, novas expectativas dos consumidores, cada vez mais altas, desde a pesquisa pelo produto certo até os serviços de delivery da companhia.
Há pouco menos de um mês, a empresa de auditoria EY (Ernst & Young) divulgou uma pesquisa realizada no mercado americano com executivos da área de supply chain, das mais diversas indústrias. Três tópicos foram abordados pelo estudo: o impacto da pandemia na cadeia de abastecimento, as prioridades para os próximos anos e o futuro do supply chain.
Como esperado e confirmado pela pesquisa, a maioria das empresas sofreram com a pandemia, 72% delas analisaram que o impacto trouxe efeitos negativos para a cadeia de suprimentos. Sendo assim, para combater futuros rompimentos do supply chain e otimizar as operações, os executivos entrevistados indicam que é necessário adotar as seguintes estratégias: aumentar a visibilidade, a eficiência e a resiliência da cadeia, qualificar o funcionário, controlar os custos das operações e atentar-se a novas exigências dos clientes quando se trata da sustentabilidade da marca.
Para atingir essas novas medidas, os entrevistados acreditam ser fundamental para a organização investir em tecnologia. Contudo, somente utilizar tecnologias digitais não significa criar uma cadeia de suprimentos autônoma e digitalizada, mas a cadeia precisa de sistemas que conectem planejamento, compras, manufatura, logística e que funcionem além das quatro paredes da organização. É a diferença entre "fazer digital" e "ser digital".
Há uma semana, a associação dos líderes da indústria do varejo, RILA (Retail Industry Leaders Association), em conjunto com a consultoria McKinsey, realizaram um estudo com executivos do setor de varejo americano, nele foi identificado que existem sete pontos essenciais para as empresas varejistas desenvolverem e, assim, continuar competindo no mercado.
Quatro dentro dos sete pontos são considerados já conhecidos pela indústria, eles são: apostar no omnichannel, personalização, delivery e sustentabilidade. Estes tópicos estão diretamente voltados para a experiência do consumidor.
Os outros três pontos estão relacionados com a expansão do negócio, eles são: força de trabalho, produtividade (principalmente da cadeia de suprimentos) e custos. Estes fatores, são descritos pelo relatório como um ecossistema, que pode ser considerado um sistema integrado de coleta de dados de todos os players da cadeia – entre os players, também é considerado dados sobre fornecedores e clientes.
A digitalização, com certeza, terá um papel importante para os varejistas alcançarem as metas de aperfeiçoamento e desenvolvimento dos sete pontos acima. Através de dados a empresas varejistas precisa conhecer seu cliente e suas novas demandas em relação à experiência de compra, conhecer seus processos internos e conhecer seus fornecedores, em outras palavras, conhecer o ecossistema que a empresa está inserida, será fundamental para tornar o supply chain da companhia mais robusto e resiliente.
Muitos executivos entendem que as tendências que surgiram com a pandemia do COVID-19 serão perpetuadas na indústria. Entre elas, deliveries mais rápidos (no dia seguinte, no mesmo dia ou até na mesma hora), maior conveniência para o cliente não só na ação da compra, mas na experiência também, estabelecerão grandes desafios para as empresas do setor, e claro, aquelas que adotarem as melhores estratégias se destacarão. Além disso, há uma preferência clara do cliente, por produtos ou marcas mais sustentáveis, fator já conhecido pelos executivos.
São claras as similaridades entre a pesquisa realizada pela EY e o estudo produzido, em conjunto, pela RILA e McKinsey. De um modo geral, as indústrias reconhecem as novas tendências e sabem que as operações na cadeia de abastecimento serão essenciais para competir e crescer no mercado. Para empresas de diversos setores, o que inclui também as do varejo, ações para aumentar a visibilidade e flexibilidade dos processos na cadeia, retirar custos das operações do supply chain, criar competitividade através da sustentabilidade e digitalizar o ecossistema em que a empresa está inserida, são exemplos de objetivos que devem ser almejados pelas corporações.
Ambos os estudos foram realizados no mercado americano, mas é possível traçar um paralelo com o mercado brasileiro. No Brasil, o crescimento do e-commerce também superou as expectativas previstas nos anos anteriores ao da pandemia, consumidores que realizaram compras online pela primeira vez durante a pandemia, admitem que pretendem continuar comprando através do e-commerce. Por outro lado, é importante ressaltar que, aqui no Brasil, um quarto da população não possui acesso à internet, ou seja, há um potencial que ainda não foi explorado. Além do crescimento das vendas online, novos hábitos pensando em experiências relevantes de compras devem levar as empresas a considerarem, fortemente, estratégias de omnichannel por aqui também. O mesmo se aplica quando o assunto é sustentabilidade.
Seja no mercado americano ou brasileiro, a pandemia do COVID-19 gerou um crescimento no e-commerce que só era esperado acontecer em alguns anos à frente. Este foi um fator que criou hábitos de consumo, que deverão persistir no mercado, impulsionando as empresas a enfrentar novos desafios nos negócios.
As novas tendências afetam fortemente a cadeia de abastecimento das organizações. A importância de criar transparência e resiliência nos processos, valorizar a relação com os fornecedores, reduzir custos e aumentar a produtividade são fundamentais para o desenvolvimento de uma cadeia mais responsiva e ágil, permitindo a firma responder rapidamente as exigências dos clientes.
O investimento em tecnologia – tanto no âmbito de softwares que auxiliam a tomada de decisão, como em equipamentos de automação de centros de distribuição, por exemplo – é fundamental para aprimorar os tópicos acima. A transformação digital precisa acontecer, possibilitando assim a adoção de novas estratégias e operações, tornando a empresa capaz de competir e crescer no ambiente em que está incluída.
Fontes: Digital Commerce 360, EY, IBGE, Retail Dive, RILA
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